CARTA-POEMA 19 - EM PROSA POÉTICA 3


Memórias de dias Hilstianos em Odes Mínimas

O corpo suava pelo sol quente daquela tarde de primavera, já quase verão. O cheiro de acácia pairava no ar envolvendo os corpos, nos conectando com os versos e trazendo as imagens da negra cavalinha com seu flanco repleto de acácias ao sol do meio dia.

Preparava os cascos, a voz, os girassóis, a palha, a calha e a candeia para iniciar o rito.

No jardim, uma árvore grande, com girassóis ao redor, um céu azul, um dia enssolarado e quente de fim de primavera, com o ar repleto de acácia que tomava conta do espaço, as pétalas de rosas com cores fortes e suas delicadezas.

No cenário a pia batismal, o espelho da toillete, o último vestido, os barcos, o sal, a esteira, a sandália de palha, a candeia e o incenso, os papéis poemas e as vozes. Lembrar...

Esse rito trouxe mais poesia para a vida da Rosa que há em mim pude dar espaço às criações, voltei a escrever, a sonhar, a perceber, abri a alma e mergulhei completamente em meus devaneios escritos. Escrituras poéticas de pétalas ao vento.

Aceitei o risco de um de meus ritos e fui...

Minhas escrituras poéticas tomaram conta de frias madrugadas e dei espaço para que elas pudessem nascer sem os meus julgamentos ou espasmos de minhas negações. Assim foram surgindo e a cada impulso de desejo novas escrituras brotam da seiva de minhas mãos.

Em minha pele alma está tatuada a sensação daqueles dias. Dias alaranjados, cheios de lágrimas, cheios de beleza fria. Dias de sombra, dias brancos de neblina. Era noite também. Silente. Eu percebia a ausência por que eu também era vida.

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