Carta-Poema 21 - EM PROSA POÉTICA Diário de poesia na ilha do sonho 2
No primeiro dia encontramos o caminho de névoa e água. A lua foi nossa luz
guia em curvas avenidas, em caminhos de névoa e neblina. No meio do nada. No
meio do mapa. Entramos na ilha e chegamos ao chalé. Foi Primeira estação na
chuva. Casas azuis no meio da floresta. Três mulheres, a cria criança, o
feminino homem . Som de água. Vela na mão.
No segundo dia chegamos na tenda vidro. Eu, fiquei deitada ouvindo o som da mar,
ds grilos. Andando pelas estruturas de madeira e vidro, ouvindo-vendo. Lá
estava, no paraíso no meio da ilha ... poe-tiz-ar. Há uma ilha ao lado, o sinal
q existe é outro e somos outros a cada instante, e somos os mesmos também.
No terceiro dia despertamos a guiança na leitura. Acordei. Olhei pelo
vidro e vi a mar. Peguei o livro Hilst que inspira a cura da alma. Há o
encontro com a morte vida. Há cheiro de Flor no ar. Há som de pássaro. Canção
nas cores. Sabores. Noite ao vinho. Silêncio. Há sempre um silêncio no mundo.
No quarto dia chegou a lembrança na canção poema. Barcos bordados para
ela. Um barco a nossa espera. Barcos pra sonhar. A cabeça gira no amarelo sol.
Águas e som ao redor. Uma volta pela mar. Dia de lua cheia no eclipse da lua de
sangue. Fluir nas águas íntimas. O livro na bolsa pede a leitura.O vestido azul
desbotou. O vestido branco molhou. Signos, sonhos, cenas. A volta pela areia ao
sol do meio dia azulado.
No quinto dia partimos e o pousamos na memória asa. Foi ao meio dia que
entoamos o canto do sol. O dia alaranjado estava no livro e na memória, aquele
era um dia azul ao som do acordeom, com palavras sopradas ao pé do ouvido e
letras cantadas em línguas outras. Canto-poema-imagem. Na trilha seguimos a
caminho da mar azul e verde, com cheiro de sal na cor do sol. Os barcos
vestidos com poemas. Folhas vividas. Folhas escritas. Folhas em branco molhadas
com lágrimas de suor e sangue. A lente captava imagens e sons para transpor às
nuvens. Nuvens compartilhadas. Nuvens cheias de cor. Nuvens secas. O som das
ondas que vem e vão cheias de amor, de saudade, de memória. A volta à lembrança.
Re-cor-dar. Dar cor à memória.
Danielle Rosa
Paraty, Julho de
2018.
Comentários
Postar um comentário