CARTA-POEMA 6 - ESTAÇÕES (Parte 2 – O encontro)
Inicia um novo equinócio
Para o criativo ócio
Sol em carneiro para o fogo de Áries
aquece os tambores do coração nos ares
Folhas caem secas para o doce fruto do outono
que tem a cor bronzeada de nossa tez, o nosso pomo
O verão vem com os arranjos delirantes do samba que moram em mim
És vermelho, amarelo, laranja, carmim
As flores dançam na primavera o doce gingado da raça
Os pés swingam na pista, no campo, nos bares, na praça
As águas mesmo escassas sambam nas trilhas dos rios
Que embaixo do asfalto de pedra seguem seus fios
Ainda há tempo, tempo raro, tempo dos acordes
Dissonantes, estendidos, fortes
O inverno chega com a cuíca chorando
para o doce riso do pandeiro em todas as estações do ano
Aí meu coração bate acelerado com o surdo no compasso
A bateria de meu corpo sustenta a harmonia sem atraso
E a voz canta choro risonha os arfares e melodias
Que todos as ruas, morros, becos e avenidas saúdam em poesia
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