Carta-Poema 8 - Carta número 2


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Como está nesta tarde de outono? Sempre tive grande admiração pela geração mais antiga do Oficina. Admiração artística e pessoal. Vejo nessas potências, grandes inspirações para as novas gerações. Atores, cantores, atores-cantores, poetas, multi artistas. Cada um inspira de um jeito e como antropófaga “comi” e “como”muito de cada um. O Teatro Oficina é história viva do Teatro Brasileiro, são mais de 60 anos de atuação, muitas gerações passaram por ali, por aqui, as relações mudam em cada estação, o tempo não é linear, não dá simplesmente para contar os anos no calendário que usamos. É muito mais vivo contar o tempo a partir das estações, das luas, dos espetáculos-rito. Quando as gerações se misturam, sinto que há um choque elétrico de vibrações e pulsações, o corpo muda, a voz muda, a atuação se renova a partir da experiência de cada trajetória e quando cada atuante se permite coisas lindas nascem na cena. Senti e sinto isso. Sempre fui de teatro de grupo e acredito muito nos afetos. O carinho, a amizade, a parceria sempre somaram em minha trajetória no âmbito artístico, sempre tive uma relação com os parceiros de cena como grandes amizades, para nós atores, artistas, todas emoções e sensações são matéria prima para a criação. Me despeço com palavras do ensaio de ontem. Que dia é hoje? Vai chover em mim. Beijos.

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