Carta-Poema 8 - Carta número 2
Ouça:
https://www.letras.mus.br/jose-miguel-wisnik/1896978/
Como está
nesta tarde de outono? Sempre tive grande admiração pela geração mais antiga do
Oficina. Admiração artística e pessoal. Vejo nessas potências, grandes
inspirações para as novas gerações. Atores, cantores, atores-cantores, poetas,
multi artistas. Cada um inspira de um jeito e como antropófaga “comi” e
“como”muito de cada um. O Teatro Oficina é história viva do Teatro Brasileiro,
são mais de 60 anos de atuação, muitas gerações passaram por ali, por aqui, as
relações mudam em cada estação, o tempo não é linear, não dá simplesmente para
contar os anos no calendário que usamos. É muito mais vivo contar o tempo a
partir das estações, das luas, dos espetáculos-rito. Quando as gerações se
misturam, sinto que há um choque elétrico de vibrações e pulsações, o corpo
muda, a voz muda, a atuação se renova a partir da experiência de cada
trajetória e quando cada atuante se permite coisas lindas nascem na cena. Senti
e sinto isso. Sempre fui de teatro de grupo e acredito muito nos afetos. O
carinho, a amizade, a parceria sempre somaram em minha trajetória no âmbito
artístico, sempre tive uma relação com os parceiros de cena como grandes
amizades, para nós atores, artistas, todas emoções e sensações são matéria
prima para a criação. Me despeço com palavras do ensaio de ontem. Que dia é
hoje? Vai chover em mim. Beijos.
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