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Silêncios e Rios - Uma reflexão sobre os exercícios práticos propostos através de narrativas sonoras iniciais para o rito-espetáculo-solo Labirinto, Rios de dentro

  Autora - Daniele Cristina Oliveira, Danielle Rosa “Fecho os olhos, me deito no chão e me concentro no profundo silêncio que não há. Ouço embaixo do asfalto rios sufocados correrem vivos.”                                           São Paulo, 30 de Junho de 2024.   Pistas para percorrer o mapa: Busque na primeira leitura encontrar suas próprias pistas no texto. Se coloque em estado de percepção, aberto à poesia. Ouça o silêncio que há em ti, na natureza, no corpo, no chão. Se observe. Anote sempre suas impressões.   Peço licença e benção à todas que vieram antes de mim. Elas abriram caminhos pra que eu aqui chegasse. Sempre ouvi dos meus mais velhos histórias sobre o princípio do mundo, de que antes desse mundo ser mundo existia o caos e que antes do caos, existia o silêncio. Sinto que sempre quando algo está para nascer se...

CARTOGRAFIA - PARA HILDA HILST

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CARTOGRAFIA - CAMINHOS POÉTICOS DA VOZ EM ESPIRAIS

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CARTOGRAFIA - ENCRUZILHADA POÉTICA

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CARTA-POEMA - 24 - Rito-Roteiro

  ODES MÍNIMAS PARA HILDA HILST NUM PEQUENO FUNERAL CANTANTE   A CENA ESTÁ VAZIA, SOMENTE COM OS INSTRUMENTOS E O CENÁRIO. ENTRA UMA MOÇA DE CADA VEZ. OLHA. ESCUTA O SILÊNCIO. SEGUE PARA A PIA BATISMAL. LAVA AS MÃOS, SE PURIFICANDO PARA A AÇÃO. SE BATIZA. SE CANTA O CANTO INTRODUTÓRIO - ODE I – TE BATIZAR DE NOVO. HÁ PAPÉIS NO CHÃO COM O POEMAS DE HILDA. AS MOÇAS PEGAM UM POEMA E COMEÇAM A LER. COM AS PALAVRAS, OS MOÇOS ENTRAM COM A HARMONIA, PERCUSSÃO E OS EFEITOS. TUDO É MÍNIMO.   AO SOM DA VOZ, DO CANTO, DOS INSTRUMENTOS SE FAZ A ODE. VIDA E MORTE JUNTAS. A SENSAÇÃO DO FIM, A FÚNEBRE SAUDADE, A DOR TRANSFORMADAS EM COMEÇO, NASCIMENTO, BATISMO, ALEGRIA DO RECOMEÇO, MERGULHO NO TRANSE PARA TRAZER A ALEGRIA, O PRAZER, O GOZO DO ENCONTRO COM O DESCONHECIDO. PRIMEIRO TOQUE. CANTA-SE O PRIMEIRO CANTO - ODE II – DEMORA-TE A MOÇA MAÍ, A CALHA EM TRANSE FICA NA PRIMEIRA ESTROFE DO POEMA. AS MOÇAS ANI, A CANDEIA E SABÊ, A PALHA, FAZEM UM JOGO COM O OLHAR ...

CARTA-POEMA 23 - Sodade d´um Sertão

Sodade já vem apertando o peito Me lembro de todas minhas andanças Eu viajava pro roçado tomava banho de rio Como é boa a lembrança Eu via boi, porco e galinha Cabra, vaca, jegue e o bode Descia ladeira e chupava umbu Abria as porteiras e olhava pro norte.   Muitos sóis e muitas luas E eu viajando pelas ruas Em São Paulo eu cheguei Num dia claro de março rei   Pra todo canto tinha um arranha-céu Quando cheguei na terra da garoa O povo todo andava acelerado E não tinha nem tempo de comer uma broa Essa terra rica eu achei estranha Embaixo do asfalto escondem os rios Põe viaduto no ouro da terra E tiram as roseiras Pra fazer pavio.  

CARTA-POEMA 22 - Sodade

Sodade já vem apertando o peito O amor que fica O amor que vai e vem E nessas andanças meu coração saltita nos encontros e despedidas Idas e vindas de amor em sodade Ela já vem chegando, fazendo rebuliços na alma Que deseja ficar Que deseja partir E sempre se encontrar para em amor fluir E em amor entre Orfeus, Romeus, Otelos E tantos amores outros estive Amores de salvação Amores de perdição Amores devaneados de intensa vibração Hoje sou a soma de todos eles Sou a soma de mim De um eu que nasce a cada dia De um eu que se transforma em criação Cria-ação transformando a dor e o amor É tatuagem presente na pele alma É sangue que escorre e não seca É ferida aberta É cicatriz num triz de atriz.  

Carta-Poema 21 - EM PROSA POÉTICA Diário de poesia na ilha do sonho 2

  No primeiro dia encontramos o caminho de névoa e água. A lua foi nossa luz guia em curvas avenidas, em caminhos de névoa e neblina. No meio do nada. No meio do mapa. Entramos na ilha e chegamos ao chalé. Foi Primeira estação na chuva. Casas azuis no meio da floresta. Três mulheres, a cria criança, o feminino homem . Som de água. Vela na mão. No segundo dia chegamos na tenda vidro. Eu, fiquei deitada ouvindo o som da mar, ds grilos. Andando pelas estruturas de madeira e vidro, ouvindo-vendo. Lá estava, no paraíso no meio da ilha ... poe-tiz-ar. Há uma ilha ao lado, o sinal q existe é outro e somos outros a cada instante, e somos os mesmos também. No terceiro dia despertamos a guiança na leitura. Acordei. Olhei pelo vidro e vi a mar. Peguei o livro Hilst que inspira a cura da alma. Há o encontro com a morte vida. Há cheiro de Flor no ar. Há som de pássaro. Canção nas cores. Sabores. Noite ao vinho. Silêncio. Há sempre um silêncio no mundo. No quarto dia chegou a lembrança ...