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Mostrando postagens de junho, 2024

CARTA-POEMA - 24 - Rito-Roteiro

  ODES MÍNIMAS PARA HILDA HILST NUM PEQUENO FUNERAL CANTANTE   A CENA ESTÁ VAZIA, SOMENTE COM OS INSTRUMENTOS E O CENÁRIO. ENTRA UMA MOÇA DE CADA VEZ. OLHA. ESCUTA O SILÊNCIO. SEGUE PARA A PIA BATISMAL. LAVA AS MÃOS, SE PURIFICANDO PARA A AÇÃO. SE BATIZA. SE CANTA O CANTO INTRODUTÓRIO - ODE I – TE BATIZAR DE NOVO. HÁ PAPÉIS NO CHÃO COM O POEMAS DE HILDA. AS MOÇAS PEGAM UM POEMA E COMEÇAM A LER. COM AS PALAVRAS, OS MOÇOS ENTRAM COM A HARMONIA, PERCUSSÃO E OS EFEITOS. TUDO É MÍNIMO.   AO SOM DA VOZ, DO CANTO, DOS INSTRUMENTOS SE FAZ A ODE. VIDA E MORTE JUNTAS. A SENSAÇÃO DO FIM, A FÚNEBRE SAUDADE, A DOR TRANSFORMADAS EM COMEÇO, NASCIMENTO, BATISMO, ALEGRIA DO RECOMEÇO, MERGULHO NO TRANSE PARA TRAZER A ALEGRIA, O PRAZER, O GOZO DO ENCONTRO COM O DESCONHECIDO. PRIMEIRO TOQUE. CANTA-SE O PRIMEIRO CANTO - ODE II – DEMORA-TE A MOÇA MAÍ, A CALHA EM TRANSE FICA NA PRIMEIRA ESTROFE DO POEMA. AS MOÇAS ANI, A CANDEIA E SABÊ, A PALHA, FAZEM UM JOGO COM O OLHAR ...

CARTA-POEMA 23 - Sodade d´um Sertão

Sodade já vem apertando o peito Me lembro de todas minhas andanças Eu viajava pro roçado tomava banho de rio Como é boa a lembrança Eu via boi, porco e galinha Cabra, vaca, jegue e o bode Descia ladeira e chupava umbu Abria as porteiras e olhava pro norte.   Muitos sóis e muitas luas E eu viajando pelas ruas Em São Paulo eu cheguei Num dia claro de março rei   Pra todo canto tinha um arranha-céu Quando cheguei na terra da garoa O povo todo andava acelerado E não tinha nem tempo de comer uma broa Essa terra rica eu achei estranha Embaixo do asfalto escondem os rios Põe viaduto no ouro da terra E tiram as roseiras Pra fazer pavio.  

CARTA-POEMA 22 - Sodade

Sodade já vem apertando o peito O amor que fica O amor que vai e vem E nessas andanças meu coração saltita nos encontros e despedidas Idas e vindas de amor em sodade Ela já vem chegando, fazendo rebuliços na alma Que deseja ficar Que deseja partir E sempre se encontrar para em amor fluir E em amor entre Orfeus, Romeus, Otelos E tantos amores outros estive Amores de salvação Amores de perdição Amores devaneados de intensa vibração Hoje sou a soma de todos eles Sou a soma de mim De um eu que nasce a cada dia De um eu que se transforma em criação Cria-ação transformando a dor e o amor É tatuagem presente na pele alma É sangue que escorre e não seca É ferida aberta É cicatriz num triz de atriz.  

Carta-Poema 21 - EM PROSA POÉTICA Diário de poesia na ilha do sonho 2

  No primeiro dia encontramos o caminho de névoa e água. A lua foi nossa luz guia em curvas avenidas, em caminhos de névoa e neblina. No meio do nada. No meio do mapa. Entramos na ilha e chegamos ao chalé. Foi Primeira estação na chuva. Casas azuis no meio da floresta. Três mulheres, a cria criança, o feminino homem . Som de água. Vela na mão. No segundo dia chegamos na tenda vidro. Eu, fiquei deitada ouvindo o som da mar, ds grilos. Andando pelas estruturas de madeira e vidro, ouvindo-vendo. Lá estava, no paraíso no meio da ilha ... poe-tiz-ar. Há uma ilha ao lado, o sinal q existe é outro e somos outros a cada instante, e somos os mesmos também. No terceiro dia despertamos a guiança na leitura. Acordei. Olhei pelo vidro e vi a mar. Peguei o livro Hilst que inspira a cura da alma. Há o encontro com a morte vida. Há cheiro de Flor no ar. Há som de pássaro. Canção nas cores. Sabores. Noite ao vinho. Silêncio. Há sempre um silêncio no mundo. No quarto dia chegou a lembrança ...

CARTA-POEMA 2O - Diário de poesia na ilha do sonho

Parte 1 O caminho de névoa e água A lua foi nossa luz guia Em curvas avenidas Caminho de névoa e neblina No meio do nada No meio do mapa Entramos na ilha Chegamos no chalé Primeira estação na chuva Casas azuis No meio da floresta Três mulheres A cria criança O feminino homem Som de água Vela na mão   Parte 2 A chegada na tenda vidro Cá estou deitada ouvindo o som da mar Os grilos Andando pelas estruturas de madeira e vidro Ouvindo vendo Cá estou É um paraíso no meio da ilha ... poe-tiz-ar Há uma ilha ao lado O sinal q existe é outro Somos outros a cada instante E somos Os mesmos Tb   Parte 3 A guiança da leitura Acordo Olho pelo vidro e vejo a mar Pego o livro Hilst inspira a cura da alma Há o encontro com a morte vida Há cheiro de Flor no ar Há som de pássaro Canção nas cores Sabores Noite ao vinho Silêncio Há sempre um silêncio no mundo   Parte 4 A lembrança na canção poema ...

CARTA-POEMA 19 - EM PROSA POÉTICA 3

Memórias de dias Hilstianos em Odes Mínimas O corpo suava pelo sol quente daquela tarde de primavera, já quase verão. O cheiro de acácia pairava no ar envolvendo os corpos, nos conectando com os versos e trazendo as imagens da negra cavalinha com seu flanco repleto de acácias ao sol do meio dia. Preparava os cascos, a voz, os girassóis, a palha, a calha e a candeia para iniciar o rito. No jardim, uma árvore grande, com girassóis ao redor, um céu azul, um dia enssolarado e quente de fim de primavera, com o ar repleto de acácia que tomava conta do espaço, as pétalas de rosas com cores fortes e suas delicadezas. No cenário a pia batismal, o espelho da toillete, o último vestido, os barcos, o sal, a esteira, a sandália de palha, a candeia e o incenso, os papéis poemas e as vozes. Lembrar... Esse rito trouxe mais poesia para a vida da Rosa que há em mim pude dar espaço às criações, voltei a escrever, a sonhar, a perceber, abri a alma e mergulhei completamente em meus devaneios ...

MAPA 1.2 / CARTA-POEMA 18 - Dia 1o

  O dia em que se deu o fim foi dia 1º O inicio O Começo 21 revoluções da terra Para 10 gestações da lua No encontro de 2013 revoluções do sol O 1º outubro dos outros! Uma pausa para re-começar. Inicia um novo ato Perdendo um dos roteiros Para seguir no improviso Hilda entra em cena Acorda numa mescla de sonho/pesadelo e realidade Ainda de olhos fechados a Moça dos cabelos longos a presenteia com mais um poema Com "Júbilo, Memória e Paixão" lê E canta uma Ode descontínua É de ARiana para Dionísio ou para Orfeu Agora retoma o outro, por que para a Morte, canta Odes é o mínimo que se pode dizer É embriaguez de vontade, esse ouro de a-mar E embriagada manda ch-amar o dono do sono... Ah Morpheu! Sem Morphina Manda buscar o fio da noite tranquila embalada por sete cantigas de ninar Muito viveu em sete cantigas de amar e no labirinto de sua alma segurava o fio Pra sem soltar mandar buscar uma manhã ensolarada ou chuvosa Pra que ac...

CARTA-POEMA 17 - Carneval

Depois de muitos hiatos de silêncio Fermatas e fermatas de dor Seguiu e no seguir encontrou bem quereres Da rua olhava pro alto e via na luz refletida o espelho Raios dourados de brilhos intensos Chuva de purpurina Chuva de areias douradas Lavava por fora e por dentro ao som daquele bem que chegava pra acalmar e revelar Era festa Era Carnaval Era alegria E também era tristeza Em imersões foi em outras gerações Foi filha, mãe, avó, amante e irmã E entre constelações, cânticos e movimentos A voz doce do bem querer que acalma Que traz na voz   a paz O doce amor A paz de volta No espelho entre lágrimas e sorrisos viu dentro de sua própria imagem refletida O olho de ouro O ouro de amor Confesso O som era amor E foi numa cabana de tecidos dourados que curou um pouco mais seu coração infantil Numa tarde afável de uma estação qualquer Num dia qualquer   Confesso Ali   segredos foram revelados silenciosamente Ao mesmo t...

CARTA-POEMA 16 - Vias e Ruas

Estava ofegante corria pelas ruas e via os carros as pessoas as poucas árvores desconhecidas Seu turbilhão de pensamentos a transtornou queria não pensar naquele momento pois queria depois colocar todas as emoções do dia no falso papel Percebeu e ouviu o silêncio que não era silêncio ouviu a cidade que nunca parava estava agora em paz de certa forma Havia voltado definitivamente a escrever Havia voltado definitivamente a falar Havia voltado definitivamente a cantar Era sua sorte fechar os olhos e ouvir os evoés de muitos cantos em uníssono e em cânones a música preenche sua alma.

CARTA-POEMA 15 - EM PROSA POÉTICA 2

OBJETOS GUARDADOS Em uma viagem a moça de tênis vermelho ganhou uma bolsa amarela com uma chave, que abria o cadeado azul preso no zíper branco. Dentro da bolsa, havia pertences de uma senhora que havia se perdido no espaço-tempo de suas histórias. A moça guardou o presente que havia ganhado de um freguês novato, abriu sua bolsa (uma que sempre usava) pegou uma caixinha prateada que continha um drink daqueles bem doces, um cigarro e um isqueiro. Fumou. Andava com manias de uma antiga conhecida chamada Rosa. Após fumar, sentiu uma vontade grande de saber o conteúdo da bolsa amarela. Pegou a chave e subitamente abriu. Viu como se fosse um filme os objetos ali guardados, eram conhecidos de um outro tempo. Lembrar não foi fácil, mas conseguiu ver cada coisa como num cenário. Viu dentro do espelho uma escova de dentes azul com tampa rosa, numa parte do armário um livro de poesias, um vidro vazio, outro vidro com um óleo vermelho, uma carta enrolada numa fita vermelha e a metade de u...